Esse blog destina-se ao registro de acontecimentos da família Caffé além de coisas do cotidiano, diversão, arte, reflexão, passeios, música e tudo que chamar a nossa atenção.



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domingo, 9 de dezembro de 2012

Hoje vamos partilhar um texto interessante e engraçado que nos foi enviado por nossa irmã Regina.
Beijos 
Grácia

A CALÇA DE OSMÁRIO




"Osmário era um caixeiro (era assim que se chamavam os vendedores e balconistas) que ficou felicíssimo quando o gerente da loja em que trabalhava o convidou para padrinho de seu novo herdeiro.
Osmário, ao chegar em casa, comunicou à esposa, que comunicou à sua mãe (sogra de Osmário) e também à sua filha Luciana, enfim a toda família. Agora precisava ver se tinha uma roupa adequada para o batizado: a camisa seria aquela única de manga longa que ele possuía para grandes ocasiões, mas a calça dita de sair estava muito surrada.

Naquele tempo, só havia na cidade duas ou três lojas de confecções, o que se usava mesmo era ter sua costureira. Comprava-se o tecido, levava-se à casa da costureira com direito a experimentar. Mas não havia mais tempo e Osmário, correndo, no intervalo do almoço, foi comprar uma calça. Até conseguir uma com bom preço, de que gostou do tecido e comprou sem verificar o tamanho. À noitinha, Osmário resolveu experimentar a bendita roupa, pois estava tão feliz com a honraria de ser padrinho... Pois não é que a calça estava comprida e precisava cortar 4 centímetros para ficar no comprimento certo? Que fazer?
Claro, pediu a Francisquinha, sua esposa, para cortar o excedente e fazer a bainha ou abanhado. francisca queixou-se logo: "Osmário, já faço todo o serviço da casa e vou interromper para fazer o abanhado de uma calça?". Triste, Osmário recorreu à sogra, que logo desculpou-se: Eu ajudo Francisquinha o dia todo e estou com a vista fraca..." . Osmário constrangido recorreu a Luciana, a filha adolescente, que logo deu um muxoxo.

Então, Osmário resolveu que dobraria a calça e iria assim mesmo. Mais tarde, a esposa pensou: "Osmário é tão bom, vou cortar os 4 centímetros" e até passou ferro a calça. Mais tarde dona Severina resmungou alto: "Osmário é um genro tão bom, nunca me negou nada" e cortou os 4 centímetros da perna da calça e teve o cuidado de passar a ferro. Não demorou muito tempo e Luciana, quando terminou do dever de casa (naquele tempo não era tarefa), meditou: "Painho é tão bonzinho e está tão feliz de sr padrinho..."; e lá se foram mais 4 centímetros da calça.
Finalmente chegou o domingo e Osmário foi se aprontar cedo, pois o futuro compadre avisou que o vigário era muito pontual. Tomou seu banho, colocou a camisa e, quando foi colocar a calça, pense no que aconteceu... Horrorizado se viu no que hoje se chama de bermudão, naquela época calça coronha, simplesmente muito coronha.
Como último recurso e muito constrangido, foi mesmo com a velha calça."

(Texto extraído do Livro Tem Jambo & outras histórias de Lilá Maciel Lyra) 


3 comentários:

Regina disse...

Adorei esse texto!!! Ri muito!!
Obrigada por compartilhar!!!

Beijos!!

Grácia disse...

Verdade Gina, também achei divertido.
Obrigada por partilhar conosco. Bjs

Yara disse...

Coitado do Osmário!!!!
"Alegria de pobre dura pouco".