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sábado, 25 de fevereiro de 2012


Bacterias no prato 
Por Silvana Tavano

Apesar da má fama, nem todas as bactérias são nocivas. Algumas têm que entrar no cardápio porque reforçam as defesas naturais, melhoram a absorção de cálcio e podem ajudar até a reduzir o colesterol.

De manhã, iogurte, no lanche, bebida láctea fermentada e, como sobremesa, frozen iogurte. Um cardápio como esse reúne ingredientes importantes para a saúde —são os bons micróbios. Chamados probióticos, esses alimentos contêm microrganismos vivos que resistem ao processo de digestão. “Por isso, chegam ao intestino de forma íntegra e ali atuam recompondo e equilibrando a flora local”, explica a nutricionista Sofia Boschetti, de São Paulo.

A flora intestinal sofre com o uso indiscriminado de antibióticos. Também é agredida pelo estresse, pelo consumo excessivo de doces e gorduras e pela falta de fibra na alimentação diária. Por isso, os probióticos são mais que indicados para quem tem propensão a problemas digestivos, de gases e complicações no trânsito intestinal a doenças mais graves, como gastrite. Hoje já se sabe, por exemplo, que esses alimentos protegem contra o agente causador das úlceras de estômago. “E existem pesquisas, ainda não conclusivas, mostrando que as boas bactérias influem na transformação de certas enzimas relacionadas ao câncer de cólon”, explica Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

PARA ACERTAR NA DOSE
As principais fontes de probióticos são os leites fermentados e os iogurtes enriquecidos com lactobacilos vivos. Bons produtos probióticos: Danoninho (sabores tradicional e morango) e a linha Activia, da Danone; Yakult e Yodel (sabores morango, uva verde e pêssego), da Yakult; Leites Fermentados (sabores abacaxi, maçã e tradicional), da Vigor; Chamyto (sabores tutti-frutti e tangerina), da Nestlé; Frozen Yogurt CreamUp, da Travi Alimentos; Leite Fermentado Batavito (sabores tutti-frutti, maçã verde e tradicional) e a linha de iogurtes Bio Fibras Líquido, da Batavo. Mas para obter as vantagens contidas nesses alimentos não é preciso exagerar. Uma dose diária é o bastante, se a dieta contar com o suporte de carboidratos específicos, os chamados prebióticos. “Esses alimentos contêm fibras que não são digeridas pelo organismo e que contribuem para o crescimento das bactérias benéficas”, explica a nutricionista Sofia. Existem suplementos alimentares prebióticos industrializados, como os produtos da linha Nutren Active, da Nestlé, mas também é possível ingerir o ingrediente direto da fonte, consumindo banana, chicória, cebola, alho, tomate, cevada, aveia, trigo, aspargos e alcachofra.

TUDO DE BOM
Mas a ação dessas bactérias não se restringe à digestão. O pH da região vaginal, por exemplo, conta com essa ajuda. “Os probióticos reforçam as defesas naturais e ajudam a reduzir as chances de infecções vaginais comuns, como a cândida”, explica a ginecologista Maria Elizabeth Mesquita, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Da mesma forma, entram na composição da saliva, mantendo a acidez da flora bucal num patamar adequado. “Esses microrganismos combatem a proliferação das más bactérias, as que produzem a placa dental e o tártaro. Ajudam também a diminuir a incidência de cáries”, explica o dentista Márcio Bertoldi, de São Paulo. 
Os probióticos também são indicados para quem tem intolerância à lactose, pois facilitam a digestão dos laticínios, em geral. A ingestão constante de boas bactérias está associada, ainda, à prevenção da osteoporose, pois esses alimentos incrementam a capacidade de o organismo absorver cálcio, promovendo o fortalecimento da massa óssea. “O aproveitamento de ferro e de magnésio também aumenta com o auxílio de probióticos. São, assim, importantes quando existe tendência à anemia por falta de ferro ou à queda de resistência por carência de magnésio”, diz o nutrólogo Durval Ribas Filho. Outros efeitos positivos dessas bactérias sobre o metabolismo são a redução dos níveis de colesterol, o estímulo à produção das vitaminas do complexo B e a prevenção de doenças infecciosas intestinais.

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