VIVA SÃO JOÃO
Yolande Caffé Lima
Junho chegou trazendo com ele aquele friozinho gostoso que aproxima os casais e explode os rojões da saudade e da imaginação.
As bandeirolas e os balões coloridos anunciam que é São João e que os nossos entes queridos estão chegando para festejar com quentão, milho assado, canjica e pé-de-moleque, a beleza do encontro.
Em Petrolina, a sanfona começa cedo; tem pressa de anunciar as quadrilhas, de ouvir o chiado da chinela que dá ritmo ao forró pé de serra.
As barracas enfileiradas marcam o compasso do nosso coração, que não aguenta de tanta expectativa e felicidade. E cada uma tem um nome exótico, cheio de criatividade e rebeldia, aflorando a imaginação e também a cumplicidade.
O cupido, que rodopia na cestinha colorida com os recados de amor, faz as mocinhas e os rapazes suspirarem de alegria, na certeza do encontro com sua “maçã do amor”, doce como o primeiro beijo.
No palco, anunciam cantores renomados, que cantam o Nordeste e enaltecem o sertanejo, com suas lutas e glórias, com sua força que brota das mãos calejadas transformando o calor da terra rachada em aconchego de abraço amigo. Que compartilha a colheita pequena, que se transforma em um banquete de exemplo e de solidariedade.
O São João tem "xero" no cangote da Carolina de Gonzaga, o rala bucho à luz do candeeiro na sala de reboco, o parque de diversões que faz girar, na roda gigante, os sonhos e as realizações de homens e de mulheres que nunca tiveram “muito”, mas que conhecem a grandeza do amor.
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