Esse blog destina-se ao registro de acontecimentos da família Caffé além de coisas do cotidiano, diversão, arte, reflexão, passeios, música e tudo que chamar a nossa atenção.



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terça-feira, 6 de julho de 2010

São João de Petrolina - por Yolande Caffé

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Objetivando participar de um Concurso lançado pelo Shopping da cidade, Yolande (nossa irmã) escreveu o  conto abaixo falando um pouco sobre o São João de Petrolina.
Como exigiam uma quantidade limitada de palavras (100 no máximo), ela teve que reduzir bastante o texto enviado para sua participação e, embora não tenha sido a vencedora, gostamos tanto do original que decidimos compartilhar com vocês.
Esperamos que gostem.


Junho chega trazendo com ele aquele friozinho gostoso que aproxima os casais e explode os rojões da saudade e da imaginação.

As bandeirolas e os balões coloridos anunciam que é São João e que os nossos entes queridos estão chegando para festejar com quentão, milho assado, canjica e pé-de-moleque, a beleza do encontro.

Em Petrolina, a sanfona começa cedo; tem pressa de anunciar as quadrilhas, de ouvir o chiado da chinela que dá ritmo ao forró pé de serra.

As barracas enfileiradas marcam o compasso do meu coração, que não aguenta de tanta expectativa e felicidade. E cada uma tem um nome exótico, cheio de criatividade e rebeldia, aflorando a imaginação e também a cumplicidade.

O cupido, que rodopia na cestinha colorida com os recados de amor, faz as mocinhas e os rapazes suspirarem de alegria, na certeza do encontro com sua “maçã do amor”, doce como o primeiro beijo.

No palco, anunciam cantores renomados, que cantam o Nordeste e enaltecem o sertanejo, com suas lutas e glórias, com sua força que brota das mãos calejadas transformando o calor da terra rachada em aconchego de abraço amigo. Que compartilha a colheita pequena, que se transforma em um banquete de exemplo e de solidariedade.

Eu, no meu despertar adolescente, me deixo levar por pensamentos e desejos contidos, na busca incansável de um par de olhos cor de mel, que adoça minha vida e me deixa flutuando.

O São João tem "xero" no cangote da Carolina de Gonzaga, o rala bucho à luz do candeeiro na sala de reboco, o parque de diversões que faz girar , na roda gigante, os sonhos e as realizações de homens e de mulheres que nunca tiveram “muito”, mas que conhecem a grandeza do amor.
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4 comentários:

Grácia disse...

Amei Lande!!
Só quem vive esta expectativa maravilhosa da chegada das festas juninas é que sabe retratar esta alegria: os cheiros, os gostos, o colorido, os personagens, de um jeito tão gostoso e cativante.
Parabéns!!
Bjs

Bruno Caffé disse...

Muito bonito, tá de parabéns mesmo! ;D

Yolande Caffé disse...

Que bom que vocês gostaram. Fico agradecida!

Cristina disse...

Lande tem um dom maravilhoso de escrever.
Faz um jogo de palavras onde retrata a realidade de uma forma doce e poética, nos encantando a cada parágrafo.
Que Deus continue lhe inspirando minha irmã.
Bjos