Caffezal e Tal

FELIZ ANIVERSÁRIO YOLANDE!!!

 

Que Deus derrame muitas bençãos sobre a sua vida, especialmente neste dia que celebra o seu aniversário, e que lhe dê muita saúde, garra e determinação para seguir em busca da realização dos seus sonhos e da conquista de seu espaço e da sua felicidade.

Beijos

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Em homenagem a esse dia especial, transcrevemos o maravilhoso texto que fez registrando um resumo da história da sua vida:

AUTO RETRATO

Yollande Caffé

Meu nome é Yolande, herança da minha avó paterna que se chamava Yolande Alves de Lima. Graças a Deus minha mãe fez esta homenagem a ela, pois poderiam me chamar de Pedrina, já que nasci no dia 28 de junho, véspera de São Pedro.

Nasci em Juazeiro da Bahia pois meu pai fazia questão de filhos baianos. Não precisava ser da capital; o importante era a baianidade. 

Na verdade, eu queria ser pernambucana, mais especificamente petrolinense, mas como não sou, só de ousada me fiz “baiambucana”, nordestina com muito orgulho.

A minha infância foi tranquila e feliz, cheia de brincadeiras e traquinagens. Fiz tudo que era permitido a uma criança. Atirei o pau no gato, rodei com a ciranda cirandinha, apanhei por causa da boca de forno, me escondi e fui encontrada.

A estrada da minha vida começou a tomar forma a partir dos 14 anos. Foi sendo desenhada cheia de curvas, as quais foram advertidas mais que depressa, pelo espelho, para não serem perigosas. Nela tinham subidas que me deixavam empolgada, querendo chegar ao infinito, esquecendo que eram seguidas de descidas, muitas vezes solitárias e mal iluminadas.

Foi minuciosamente planejada para ser bem conservada e cheia de sinalizações: proibido ultrapassar o limite permitido; reduza a velocidade; é proibido estacionar; siga sempre em frente.

O que mais gostava era a geometria dos acontecimentos porque eles me deixavam bastante quadrada de preocupação, lunaticamente redonda de desejos, num carinho retangular de amigos e num enorme triângulo de indecisão para escolher qual dos dois pretendentes seria o inquilino do meu coração.

Sou do signo das águas e por isso costumava ficar no vai e vem da paixão, tirando onda de quem esquecia de afogar a tristeza e salvar a alegria; de quem mergulhava na profundeza da dor tendo o por do sol como remédio.

E agora, chegando na noite da caminhada, os filhos enchem de estrelas o meu querer, distribuem sonhos em cada pouso e esperança em cada amanhecer. Os netos desfazem os nós e constroem, em linhas retas, um castelo de amor.

E sendo assim, como o rio da vida, vou seguindo tranquila, me preparando para desaguar no grande mar da transformação que se chama morte. E quando isso acontecer (espero que demore), ficará gravado no coração dos que me amam, o slogan da minha biografia a frase de Vinicius de Moraes: “Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.

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