Nos últimos 18 meses, especialmente,
tenho buscado uma compreensão ainda mais profunda de mim mesma e,
consequentemente, de cada alma que de mim, de alguma forma, se
aproxima...
Nesta jornada, tenho descoberto e
confirmado, cada vez com maior lucidez, uma verdade que pode ser ótima (ou não)
dependendo da forma como lidamos com ela: cada dia é uma pequena vida!
Cada situação é uma encruzilhada. Cada
passo é uma escolha que pode mudar tudo. Talvez seja exatamente por isso que é
tão difícil nos mantermos fiéis aos sentimentos que mais desejamos
experimentar: alegria, auto-estima, gentileza, amor...
Um passo vacilante... e tudo se
modifica. O que era amor pode se transformar em ciúme, egoísmo, raiva, medo. O
que era alegria pode se transformar em dúvida, desesperança, tristeza. O que
era auto-estima pode se transformar em insegurança, agressividade, dor. O que
era gentileza pode se transformar em intolerância, desistência, arrogância.
Uma atitude, uma escolha... e tudo pode
mudar! E isso me faz lembrar da máxima “Orai e vigiai”. Quando a gente ora,
pede o que deseja, entra em estado de humildade, receptividade, esperança...
Mas um minuto depois, é preciso que entremos em vigília constante.
Somos passionais, motivados por reações.
Ainda não aprendemos a ponderar. Reagimos automaticamente a partir de crenças
limitantes, de preconceitos e defesas internas. Reagimos: este é o problema.
Precisamos começar a agir. Sempre agir.
Cada passo precisa ser uma ação consciente, atenta, lúcida. E para que isso se
torne possível, só há uma maneira: treino, prática, repetição... dia após dia
até que se torne hábito.
Só podemos destruir um velho hábito que
já não nos interessa se no lugar dele construirmos um novo, que revele uma nova
direção, um novo caminho. Os sentimentos difíceis continuarão dentro da gente,
mas em vez de reagirmos a eles, podemos decidir por uma nova ação.
Em último caso, tenho feito assim:
quando ainda não sei qual a nova ação que posso ter diante de um sentimento
difícil, opto pelo silêncio. Respiro fundo, entro em contato com o que estou
sentindo, reconheço que estou me deixando atingir pelo que está acontecendo e
simplesmente espero, em silêncio, até que consiga encontrar, dentro de mim, uma
nova maneira de agir diante de velhos sentimentos.
E assim, de vida em vida, um dia de cada
vez, pretendo acordar amanhã mais positiva do que fui hoje...
(Por Rosana Braga)
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