Aquele professor era diferente de todos os demais. Os deveres de
casa que ele passava eram sempre surpreendentes. Criativos.
Enquanto os outros professores nos mandavam responder
perguntas ao final do capítulo ou solucionar os problemas de
números tal a tal, ele tinha tarefas bem diversas para nossa classe.
Naquela quinta feira ele falou a respeito do comportamento
como um meio de comunicação.
"Nossos atos falam mais do que as palavras. O que as pessoas
fazem nos diz algo sobre o que estão sentindo", afirmou.
"Agora, como dever de casa, vejam se conseguem mudar uma
pessoa, massageandoo ego dela o bastante. Tanto que vocês
percebam uma mudança em seu comportamento. Na próxima aula,
vocês relatarão seus resultados."
Quando cheguei em casa, naquela tarde, olhei para minha mãe e
vi que ela estava sentindo muita pena de si mesma. Os cabelos lhe
caíam sobre o rosto. A voz parecia um lamento. Enquanto
preparava o jantar, ela ficou suspirando.
Quando cheguei, não falou comigo. E assim eu também não falei
com ela. O jantar foi triste. Papai estava sem vontade para falar.
Foi aí que decidi colocar em ação o dever de casa.
"Mãe, sabe aquela peça que o clube de artes dramáticas da
universidade está encenando? Por que você e papai não vão
assisti-la hoje à noite?"
"Esta noite não dá", disse logo meu pai. "tenho uma reunião
importante."
"Naturalmente", foi a resposta seca de minha mãe.
"Bem, por que não vai comigo?" - quando acabei de formular a
pergunta, me arrependi. Imagine: um rapaz do segundo grau sair
à noite com sua mãe.
Mas agora não havia mais conserto. Ela perguntou toda animada:
"De verdade? Rapazes não costumam sair com as mães."
Eu engoli em seco antes de tornar a falar: "não existe nenhuma
Eu engoli em seco antes de tornar a falar: "não existe nenhuma
lei dizendo que a gente não pode sair com a mãe. Vá se arrumar."
Ela carregou uns pratos até a pia. Seus passos estavam mais leves,
em vez de arrastados.
Papai e eu lavamos a louça e ele comentou o quanto eu era um
filho atencioso e gentil.
Deprimido, eu pensei :"tudo por causa da aula de psicologia."
Mamãe voltou para a cozinha, mais tarde, parecendo cinco anos
mais nova.
Parecendo não acreditar no que estava acontecendo, ela insistiu:
"você tem certeza de que não vai sair com ninguém esta noite?"
"Agora eu vou. Vamos nessa!"
A noite não foi tão desagradável como eu pensara. A maioria dos
meus amigos certamente fez algo de mais empolgante naquela
noite do que assistir uma peça de teatro. Ao final da noite, minha
mãe estava genuinamente feliz. E eu próprio, bastante satisfeito.
Acabei me dando superbem no dever de casa. E aprendi um bocado
sobre como fazer alguém feliz.
Nunca é tarde para se fazer alguém feliz.
A felicidade está nas coisas simples, nos pequenos gestos, num
sorriso, no prestar atenção.
Tente fazer alguém feliz hoje.
Observe seu filho, seu marido, sua esposa, sua mãe. Ofereça seu
tempo, sua companhia, dê um abraço, diga que o(a) ama!!
Você vai se surpreender com a mudança que vai acontecer ao
seu redor, a começar de você.
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2 comentários:
Que texto verdadeiro!! Essa semana coloquei uma mensagem no twitter falando sobre isso: a importância de um sorriso, um abraço, um gesto de carinho e atenção, uma visita, uma palavra de conforto e... como essa mensagem diz, um passeio com uma pessoa querida que há muito você "deixou de lado" ou não se preocupou se está feliz, solitária, carente.
São coisas simples, que nos custam tão pouco mas pode fazer uma grande diferença na vida de outras pessoas. O resultado: todos saem ganhando, com certeza.
Amei!!
É verdade Tina. Muitas vezes a gente vive a mesma rotina, fazendo as mesmas coisas nos sentindo infelizes.Estamos no dia dia com a nossa familia e nem falamos ou demonstramos o quanto os amamos.
Realmente, gestos bem simples, farão a diferença.
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