Esse blog destina-se ao registro de acontecimentos da família Caffé além de coisas do cotidiano, diversão, arte, reflexão, passeios, música e tudo que chamar a nossa atenção.



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sábado, 11 de setembro de 2010

Lembranças - Por Iram (4)


O feitiço virou contra o feiticeiro



Quando era criança/adolescente, lá em casa existia uma determinação: era terminantemente  proibido ir para a beira do rio desacompanhado de um adulto. Regra esta que, às escondidas, sempre dava um jeito de quebrar.

Um dia estava pescando com alguns amigos, em uma pedra existente perto da “rampa do DPS”, e lá para as tantas um cara que rodava a sua linha, meio desajeitado, fez de um jeito que a chumbada veio bater exatamente em meu olho direito (acho). Quando vi o seu jeito até me abaixei e me encolhi, já temendo alguma coisa, mas parece que meu pensamento fez foi atrair. Na mesma hora o olho inchou e ficou parecendo que eu havia tomado um soco em um filme americano (fiquei com uma tremenda luneta no olho).

Largando linhas, vara e peixes pescados (os peixes que pescava nestas ocasiões, eram distribuídos pelos que estavam ao redor) saí correndo para casa com os amigos da vez. Lá contei que estava no Grupo Escolar brincando e que um “cara” havia passado rodando um pedaço de ferro amarrado em um cordão, e havia feito aquele estrago em meu olho. Quem era o menino? Não o conheço... Era um maloqueiro qualquer, respondi.

Naquela época, meu Pai dizia que eu era responsável por minhas irmãs contra os perigos do dia a dia (sete garotas bonitas e muitos gaviões na espreita), e eu cumpria muito bem esse papel.
Certo dia Yara fez alguma coisa que não aprovei e, alem de reclamar com ela, disse que iria contar a nosso pai. Foi aí que surgiu a tal chantagem.
A questão é que no dia do fato da pescaria ela estava na casa dos Granjas , visitando Zélia, e sabia a verdade sobre tudo que havia acontecido na beira do rio. Deste dia em diante, o que ela queria eu tinha que fazer da sua maneira ou, caso contrário, ela contaria a verdade aos nosso pais. Não lembro quanto tempo demorou essa chantagem.

Nesse caso, o feitiço virou contra o feiticeiro.

2 comentários:

Grácia disse...

Muito legal esta história.
Iram mandava mesmo na gente lá em casa.
Yara devia ter nos contado para que a gente pudesse fazer chantagem também.kkkkkkkk

Cristina disse...

É mesmo Gracia! Yara ficou só pra ela e deve ter tirado um ótimo proveito (risos) já que Iram era mesmo o nosso "carrasco".
Hoje a gente até entende essa proteção dele mas na época ninguem queria saber. Só tinha raiva.kkk