Esse blog destina-se ao registro de acontecimentos da família Caffé além de coisas do cotidiano, diversão, arte, reflexão, passeios, música e tudo que chamar a nossa atenção.



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domingo, 26 de agosto de 2012

O prato de sopa

Em uma cidade interiorana, havia um homem que não se irritava e não discutia com ninguém.
Sempre encontrava saída cordial, não feria ninguém, nem se aborrecia com as pessoas.
Morava em modesta pensão, onde era admirado e querido.
Para testá-lo, um dia seus companheiros combinaram leva-lo a irritação e à discussão numa determinada noite em que o levariam para jantar.
Trataram todos os detalhes com a garçonete que seria responsável por atender a mesa reservada para a ocasião.
Assim que iniciou o jantar, como entrada foi servida uma saborosa sopa, da qual o homem gostava muito.
A garçonete chegou próximo a ele, pela esquerda, e ele, prontamente levou seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa de servir, mas ela serviu todos os demais, e quando chegou a vez dele, foi para a outra mesa.
Ele esperou calmamente e em silêncio, que ela voltasse.
Quando ela se aproximou outra vez, agora pela direita, para recolher o prato, ele levou outra vez seu prato na direção da jovem, que novamente se distanciou, ignorando-o.
Após servir todos os demais, passou rente a ele, acintosamente, com a sopeira fumegante, exalando saboroso aroma como quem havia concluído a tarefa e retornou à cozinha. Naquele momento não se ouvia qualquer ruído.
Todos o observavam discretamente, para ver sua reação.

Educadamente ele chamou a garçonete, que se voltou, fingindo impaciência e lhe disse:
-O que o senhor deseja?

Ao que ele respondeu, naturalmente:
-A senhora não me serviu a sopa.

Novamente ela retrucou, para provocá-lo, desmentindo-o:
-Servi sim senhor!

Ele olhou para ela, olhou para o prato vazio e limpo e ficou pensativo por alguns segundos...
Todos pensaram que ele iria brigar...
Suspense e silêncio total.

Mas o homem surpreendeu a todos, ponderando tranquilamente:
-A senhorita serviu sim, mas eu aceito um pouco mais!

Os amigos frustrados por não conseguir faze-lo discutir e se irritar com a moça, terminaram o jantar, convencidos de que nada mais faria com que aquele homem perdesse a compostura.

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